sexta-feira, 25 de outubro de 2013

SEREIA

Me acostumei ao que não tenho.
Imaginei coisas que não vivi...
Me resta vontade de enviar aquela prosa,
o papo de vento que voa,
o suspiro que invade e ressoa.

Me aprofundei ao que era raso.
Deduzi respostas que não tive...
Me sobra vontade de gritar-te no meio do corredor,
todo o verbo na minha oração,
a palavra resumo à condição.

Eu pude de vários meios ser o tentar
e assim o fiz na querência, no flamejar.
Mas onda que só vai, não garante o fluxo,
não beija a areia, não brisa o ar.
E não me resta outra alternativa
senão ser a doce tentativa
de ser o seu mar.
Mesmo que navegue a ermo,
mesmo que morra na praia.

Fixa um cais, casa minha onda.




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