domingo, 1 de fevereiro de 2015

TEM SER

Avesso do que somos
seguimos no intento
de ser o tormento,
o fantasma invisível.

Tem ser
Debaixo do meu nariz
Humano
Que eu nunca vi.

Na marquise do coração
Dorme mendigo
Passa Maria
Passa João.

O olho cega.
A alma seca.
Gente vendo.
Gente pedra.
Veja-me gente.
Veja-me parte.

Há dor na flor,
no pedaço,
no reflexo.
Há dor em mim.





23/01/2015
(Hilreli Alves / Marcos Oliveira)

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